O LADO OCULTO - Jornal Digital de Informação Internacional | Director: José Goulão

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A MATANÇA, O CESSAR-FOGO E A SOLUÇÃO DE DOIS ESTADOS

Estabeleceu-se um "cessar-fogo" nesta suposta “guerra entre o Hamas e Israel”, como afirma a comunicação social corporativa. É o habitual jogo de enganos que visa partilhar equitativamente responsabilidades numa situação de incomensurável desequilíbrio de forças e que pretende colocar no mesmo plano os criminosos e as vítimas. O que está a acontecer não é uma guerra, é um massacre de uma das partes; e o único cessar-fogo possível e credível para a situação é o reconhecimento dos direitos do povo palestiniano estabelecidos nas leis internacionais. Tudo o resto significa o arrastamento da situação e o extermínio de um povo. Interrompeu-se uma fase de chacina extrema por parte de Israel mas prossegue o massacre paulatino de povo palestiniano até novo auge ofensivo contra Gaza ou qualquer outro território ocupado da Palestina.

UM ENCONTRO QUE INCOMODOU OS DONOS DO MUNDO

O primeiro encontro desde o século VII entre um Papa católico romano e um líder espiritual xiita, considerado este como uma “fonte de emulação”, foi um divisor de águas sob qualquer ponto de vista histórico. Será preciso que passe muito tempo para avaliar todas as implicações da imensamente intrigante conversa frente a frente de 50 minutos, apenas na presença de intérpretes, entre o Papa Francisco e o Grande Ayatollah Sistani na sua humilde casa situada num beco de Najaf, perto do deslumbrante santuário do Imã Ali.

PERFIL DA NOVA TROPA DE CHOQUE DO IMPÉRIO

Intelligence Online, uma newsletter internacional que divulga recados dos serviços secretos ocidentais, publica um curto texto sob o sugestivo título “Biden vai acabar na Síria o que Obama começou”. Mais palavras são desnecessárias: a frase vale pelas 10 ou 20 mil palavras de um programa de governo. Ilusões para que vos quero.

POR DETRÁS DE UMA GUERRA RESSUSCITADA

Milhares de mercenários islâmicos que têm combatido contra a Síria sob as chancelas da al-Qaida e do Estado Islâmico (ISIS ou Daesh) foram e estão a ser recrutados por empresas de segurança turcas e norte-americanas para acordarem da letargia de 25 anos o conflito de Nagorno-Karabakh entre a Arménia e o Azerbaijão. Tendo em consideração que o status quo regional e internacional da disputa se tem mantido mais ou menos inalterado no último quarto de século, que interesses estão por detrás do despertar da guerra? A declaração recente de um cessar-fogo é importante mas não garante que fique aberto o caminho para aproximar posições.

O VALE DO JORDÃO: SILÊNCIOS HIPÓCRITAS À BEIRA DA TEMPESTADE

Benjamin Netanyahu, o aparentemente eterno primeiro ministro de Israel, agora geminado com um dos carrascos de Gaza, Benny Gantz de sua graça, vem anunciando que a partir do início do próximo mês dará os passos governamentais, parlamentares e militares que considera necessários para anexar o Vale do Jordão, no território palestiniano da Cisjordânia. Além disso, tenciona integrar no Estado de Israel os colonatos construídos ilegalmente no mesmo território durante os últimos 60 anos. Estes movimentos representam, de facto, a extinção da chamada “solução de dois Estados” na Palestina histórica, estabelecida em 1948 pelas Nações Unidas e reactivada durante os passados anos noventa. Os criminosos não escondem o crime, os avisos estão feitos: ninguém poderá dizer que será apanhado de surpresa.

GRÉCIA ERGUE MURO NA FRONTEIRA COM A TURQUIA

O exército da Grécia começou a fortificar a fronteira terrestre com a Turquia construindo muros de betão e trincheiras para impedir a entrada de refugiados. A União Europeia continua assim a adoptar a política de fortificação contra as vítimas das guerras que provoca e apoia.

TURQUIA E UE IGUAIS NO ÓDIO AOS REFUGIADOS

Turquia e União Europeia continuam a disputar um desumano jogo de ping-pong usando os refugiados provocados por guerras apoiadas tanto por Ancara como por Bruxelas. Outra vítima das circunstâncias é a Grécia, abandonada à sua sorte de ser obrigada a conjugar a austeridade, as punições financeiras internacionais e o facto de ser “armazém” de refugiados que o resto da União se recusa a acolher.

O ENIGMÁTICO “ACORDO DE PAZ” NO AFEGANISTÃO

Quase duas décadas depois da invasão e ocupação do Afeganistão a seguir ao 11 de Setembro e após uma guerra interminável que custou mais de mais de dois biliões (milhões de milhões) de dólares é difícil não haver nada de "histórico" num possível acordo de paz entre os Estados Unidos e os Talibã na cidade de Doha, no Qatar.

TURQUIA EM CLIMA DE GUERRA COM A SÍRIA E A RÚSSIA

Os mais recentes avanços das tropas regulares sírias na libertação da região de Idleb deram origem a uma multiplicação de acções militares e diplomáticas da Turquia, com apoio dos Estados Unidos, revelando que a NATO continua a alimentar a desestabilização na Síria. O presidente turco deu agora um prazo até 28 de Fevereiro para as tropas sírias abandonarem as localidades libertadas ultimamente na província de Idleb e estende as ameaças à Rússia. O clima é de guerra.

A GUERRA SECRETA EM ÁFRICA

A corrida aos recursos naturais em África é cada vez mais intensa e implica choques de interesses entre quem os dava como adquiridos por uma espécie de usucapião colonial e potências emergentes que se limitam a seguir as normas concorrenciais estipuladas pela doutrina do “mercado livre”. Considerando-se senhores do território africano, Estados Unidos e NATO reforçam uma presença militar que não hesita em estender-se sob outras bandeiras, como as da ONU e da União Europeia. Trata-se, no fundo, de pugnar por interesses geopolíticos e geoeconómicos com uma poderosa vertente corporativa; do outro lado, Rússia e China marcam posições, com base em crescentes interesses empresariais, incomodando os que se pretendiam “donos daquilo tudo”. É a guerra secreta que progride em África, limitando o direito dos africanos a usufruírem das suas riquezas.

DE COMO O OCIDENTE SE ENGANOU NA SÍRIA

Tal como aconteceu com Saddam Hussein e Muammar Khaddafi, as grandes potências ocidentais traçaram o mesmo futuro a Bachar al-Assad: o desaparecimento político, ou mesmo físico. Porém, os terroristas "moderados" apoiados pelo Ocidente na guerra contra a Síria transformaram-se numa apocalíptica máquina de morte e, apesar disso, Bachar al-Assad emergiu como vencedor do conflito e tendo ao lado uma grande potência, a Rússia. Mais uma vez o Ocidente tomou os desejos por realidades, leu a narrativa dos acontecimentos ao contrário e saiu humilhado. Só que isso custou milhões de vítimas, uma crise de refugiados e deixou um país e um povo em ruínas.

A “EXECUÇÃO” DE AL-BAGHDADI, HOLLYWOOD E O RESTO

No domingo, 27 de Outubro de 2019, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou triunfalmente a “execução” de Abu Bakr al-Baghdadi, califa do Estado Islâmico (Daesh ou Isis). De acordo com a versão oficial, o califa teria sido localizado na região de Idleb (noroeste da Síria) graças a informações recolhidas pelo Iraque. A história, porém, está repleta de mistérios e dados que não encaixam no relato transmitido de Washington.

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